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Um festival de emoções

  • escutaaquiweb
  • 11 de jul. de 2019
  • 5 min de leitura

Atualizado: 12 de jul. de 2019

Conheça a história dos festivais musicais em Goiânia e o impacto emocionante que causaram em quem estava na plateia


Reportagem de Claudia Castro, Leticia Brito e Verônica Aragão


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Divulgação Villa Mix

Era uma vez uma cidade com muitos festivais de música e estes serviam como pano de fundo para as mais diversas histórias, enredos da vida real que se desenrolaram nos eventos. Desde casais que se conheceram nos festivais, amizades feitas, términos de relacionamentos, comemorações intensas e tantos outros relatos de final feliz (ou nem tanto) eram comuns entre as pessoas de lá.


Pode parecer um conto de fadas, mas é a mais pura realidade. Buscando relatos sobre os famosos festivais de música da cidade, o que encontrei foram histórias marcantes. Em que a vida e a arte se misturam nesse ambiente, a memória afetiva das pessoas depende também da musicalidade típica desses episódios.


Música alta, multidões reunidas, suor, dança, encontros, diversão, intensidade. É um frenesi de emoções para descrever o que acontece em eventos como o Villa Mix, Festival Bananada, O grito Rock, Goiânia Noise Festival e outros. Para entender melhor as vivências dos fãs desses eventos leia os relatos obtidos pela reportagem.


POR TRÁS DOS FESTIVAIS


Além do festival com o maior palco do mundo, Goiânia possui outros marcos históricos na categoria dos festivais musicais e que são também prova da diversidade artística. Apesar de o foco recente das atenções ser o palco de 69,37 metros de altura – pertencente ao Villa Mix Festival, registrado pelo Guiness Book como o maior do mundo, em 2018, e equivalente a um edifício de 23 andares – a capital também é sede de alguns dos eventos mais longevos de música independente no país.


O Goiânia Noise, por exemplo, já dura 25 anos e teve início em 1995, sendo um show com 14 atrações realizado na Praça Universitária, no Setor Leste Universitário. No ano de surgimento, das 14 atrações, 12 eram bandas goianas. A edição atual, prevista para ocorrer em agosto, vai ter 37 atrações e 23 delas serão aqui do estado. De acordo com Léo Bigode, um dos organizadores e fundador do evento, um dos objetivos é “dar foco às bandas daqui e mostrar que elas são capazes de dialogar de igual para igual com as de outros lugares do país”.


Apesar de ser uma das cidades com um grande público de rock, a categoria se vê ofuscada pelo sertanejo. Em 1995, com a explosão do grunge e a popularização do rock alternativo o Goiânia Noise nasceu para “colocar Goiânia no mapa”, afirma Léo, “nosso foco é o rock e suas espinhas dorsais, tudo que é som barulhento a gente inclui, já trabalhamos de Ratos de Porão à Elsa Soares, de Nação Zumbi ao Sepultura”. Com que o festival carrega uma filosofia que valoriza o rock não apenas como som, mas como cultura e estilo de vida.


Outro festival iniciado na mesma década foi o Bananada, realizado pela primeira vez em 1999. Nessa época, estava prevista para ocorrer a 5ª edição do Noise, porém de acordo com os produtores do Bananada, músicos do estado ainda reclamavam da falta de oportunidades para se apresentarem em Goiás. Principalmente no primeiro semestre do ano, período que antecede a realização Goiânia Noise. Dessa forma, o novo festival foi acrescentado aos calendários como evento anual e teve como primeiro palco um pub chamado Território Brasileiro, no Jardim Goiás. Além de grandes artistas goianos, já passaram pelo palco do Bananada Caetano Veloso, Jorge Benjor, Patu Fu, Maria Gadú, Liniker e Karol Conka.


O Bananada nasceu para promover um intercâmbio de bandas e artistas locais e nacionais e valorizar o cenário musical brasileiro. Segundo Lucas Manga, um dos organizadores do evento, o festival trabalha com a "nova música autoral brasileira e tudo que tem relevância tanto musical, quanto cultural ou política e até em meio de representatividade". A fim de promover uma quebra de paradigmas e representatividade das minorias, o público do Bananada cresce a cada vez mais apresentando esse ano mais de 90 artistas, abrangendo diferentes gêneros e estilos, desde músicos com 15 anos de carreira e aos que estão começando agora, comprando com excelência seu compromisso com a representatividade e tudo que é autêntico.


Eventos recentes


O caçula dos festivais de música que tem como pretensão englobar o cenário independente goiano - e que há alguns anos passou a contar com nomes da MPB, rap, pop e funk - é o Vaca Amarela, com início apenas em 2001. Produtores do evento afirmam que a festa almeja demonstrar, por meio do cenário musical, a importância da pluralidade de combater a polarização e o ódio. Com esse discurso provocador, o Vaca já foi alvo de polêmicas no ano de 2016. Na edição de 15 anos, o festival trazia como divulgação uma imagem de Nossa Senhora na cor amarela, usando chifres e com manchas pretas – imitando uma vaca.

A referência para o material publicitário era o trabalho da artista Ana Smile que misturou santos conhecidos aos cristãos católicos com ícones da cultura pop e personagens de filmes e infantis como a galinha pintadinha. A repercussão foi tamanha que Ana foi denunciada por perturbação de culto religioso pelo Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). Com o Vaca Amarela não foi muito diferente, a arte precisou ser reformulada e os organizadores do evento divulgaram uma nota se desculpando pelo conteúdo da publicidade e reconhecendo a importância da fé católica.


O Villa Mix é um agrupado ainda mais recente de atrações que também faz manchetes nos jornais, devido à contribuição para a economia goianiense. O festival já teve nove edições e de acordo com os organizadores, atrai pessoas de 830 municípios dentro e fora do país. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Goiás (ABIH GO) informa que na semana do evento 100% dos hotéis goianienses ficam lotados. Em 2019, até o prefeito da capital, Iris Rezende esteve presente para cumprimentar o público dos shows. Um reconhecimento evidente da importância do Villa Mix


A primeira edição ocorreu em 2011 e desde aquele ano já contava com a divisão em camarotes que ofereciam produtos e serviços diferentes. No início o foco eram os shows de sertanejo e agora conta com cantores de música pop brasileira e internacional como Anitta, Ivete Sangalo, Shawn Mendes, Demi Lovato e Nick Jonas.


Outros projetos um pouco mais antigos que o Villa Mix, porém mais novos que o Bananda, Vaca Amarela e o Goiânia Noise também têm conquistado seu espaço em solo goianiense. O Grito Rock e o Projeto Cidade do Rock são festivais nacionais que já tiveram, respectivamente, 10 e 12 edições em Goiânia. Ambos são destacam pela sua acessibilidade, tendo o Grito um valor simbólico acima de 5 reais que é escolhido pelo público e o Cidade tem entrada gratuita. Tais iniciativas mostram que o foco não é só o espaço cedido para artistas regionais, mas as pessoas que estão ali presentes para vê-los.



 
 
 

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